segunda-feira, 16 de junho de 2008


PARAGUAÇU PAULISTA
Greve de trabalhadores em usina pode atingir a 80% nesta terça

Majoração no piso salarial e no valor da tonelada de cana, além de melhorias nas acomodações de migrantes são reivindicados
Presidente Prudente, SP – Desde sábado, 14/06, grande parcela dos trabalhadores rurais do setor de corte de cana da usina Cocal Comércio, Indústria Canaã Açúcar e Álcool Ltda., em Paraguaçu Paulista, encontram-se com suas atividades paralisadas. O movimento começou por iniciativa dos próprios trabalhadores, em especial, os migrantes provindos de diversas regiões do vizinho Estado de Minas Gerais.
Nesta segunda-feira, o movimento contou com a adesão de outras turmas cortadores de cana, chegando à casa de 60% do total de rurais. Prevendo que a paralisação poderia arregimentar ainda mais trabalhadores, os responsáveis pela usina trataram de dispensar as turmas que ainda permaneciam no desempenho de suas funções.
De acordo com Marcos Leite, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Paraguaçu Paulista e Região, a greve nesta terça-feira poderá alcançar 80% dos três mil cortadores de cana da indústria sucroalcooleira.
Como protesto, cerca de 300 trabalhadores decidiram acampar na frente da entrada principal usina, realizando um ato pacífico de descontentamento com a política trabalhista da empresa e impedindo a entrada de caminhões com cana. Por sua vez, a usina acionou força policial para retirada dos manifestantes. De acordo com relatos que chegavam ao Sindicato, a Polícia Militar ameaça de prisão a todo o momento os trabalhadores, como forma de pressão para saírem do local, desobstruindo assim a passagem dos veículos pesados. A ação da PM foi em vão.
No final da manhã, os rurais fizeram Assembléia e definiram pauta de negociação. No entanto, a usina estaria se recusando a receber uma comissão de trabalhadores para abertura de negociação.
Na pauta reivindicatória, os grevistas exigem melhorias no piso salarial, para que o mesmo passe dos atuais R$ 470,00 para R$ 560,00. Exigem também que o valor da tonelada de cana cortada seja majorado dos atuais R$ 2,65 para R$ 3,37. A melhoria nas condições dos alojamentos voltados aos migrantes também é solicitada.
Os trabalhadores ainda apontam algumas irregularidades que a empresa estaria cometendo, como o excesso de faltas inexistentes dos trabalhadores; pagamento mensal do mesmo valor descrito no holerite e não o que vem sendo feito. Os cortadores de cana tem sido constantemente surpreendidos ao sacarem o pagamento e constatarem que receberam salários com valores bem inferiores aos especificados no holerite.
Por conta do holerite, os grevistas pedem que sejam entregues dentro do prazo devido. Por último, exigem que a usina cumpra a lei e pague pelos dias não trabalhados justificados por atestados médicos.

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