segunda-feira, 28 de janeiro de 2008




Ativistas do Pontal protestam contra o Fórum de Davos


Atividade realizada em Presidente Prudente incluiu panfletagem e discursos de conscientização entre os participantes

Manifestantes se concentram para atividades culturais e de panfletagem


Presidente Prudente, SP – Cerca de 200 ativistas do Pontal do Paranapanema estiveram reunidos sábado, 26/01, em Presidente Prudente, no extremo oeste paulista, protestando contra a 38ª edição do Fórum Econômico Mundial que terminou domingo em Davos, na Suíça. Organizado pelo Coletivo Anarquista “Liga Libertaria”, o Dia de Ação Global (J-26) demonstrou por meio de seus participantes a insatisfação dos povos às políticas dos governos e das grandes corporações multinacionais.


Apesar do apelo à “liderança colaborativa”, registrado no 38º FEM, com vários líderes e instituições renovando suas respectivas contribuições na luta contra a pobreza, os manifestantes da Liga Libertária afirmam que os objetivos do encontro de Davos são exatamente o contrário: expandir os lucros dos mega-empresários mundiais em detrimento do planeta.


A concentração se deu em frente ao salão da RDS, próxima a APAE prudentina. Com batucadas, palavras de ordem e panfletagem junto a motoristas e pedestres que transitavam pelo local, os ativistas conseguiram dar o recado do manifesto. “Foi uma atividade simples, mas cremos que contribuímos muito, juntamente com outras 48 cidades brasileiras e outras centenas espalhadas pelo mundo, de que somos contrários à exploração, a miséria e a destruição ecológica que vem sendo feito há décadas por um pequeno grupo que controla nosso planeta”, comenta Éderson Pereira Custódio, 25, um dos organizadores do evento.


De acordo com Custódio, os panfletos e zines (publicações alternativas feitas geralmente em folha de papel A4 e que se utilizam de colagens, desenhos feitos à mão) distribuídos explicavam sobre a manifestação e seus objetivos, além de servir de chamado para que mais pessoas se engajem na luta defendida pela Liga Libertária.


Entre as palavras de ordens, havia o desejo de um mundo menos desigual, do ponto de vista socioeconômico. A crítica à política nacional também fez parte do protesto. Entre um e outro “Fora Lula”, ativistas e populares criticavam o governo e os prejuízos à nação decorrente da onda de corrupção que atinge o Brasil. “Lula pratica um governo tão neoliberal e corrupto quanto aos que o antecederam”, afirmou um motorista que apoio a iniciativa dos participantes da J-26.


As questões locais não foram esquecidas pelos participantes do Ato. Um protesto declarado contra a ausência de políticas públicas nas áreas de educação, saúde, desenvolvimento e geração de empregos no Pontal do Paranapanema foi abordado. “Iniciamos um intenso ativismo contra a expansão da monocultura da cana-de-açúcar. Faremos isso denunciando, entre outros, o alto índice de exploração de trabalhadores nos canaviais”, comenta Custódio.


“Denunciaremos também os grupos econômicos nacionais e multinacionais que destroem o meio ambiente através da degradação do meio ambiente, onde citamos o corte clandestino de arvores, drenagem de mananciais, assoreamento de rios, córregos e nascentes pela monocultura da cana, utilização de agrotóxicos prejudiciais ao meio ambiente”, conclui.

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