Bombeiros tentam apagar as chamas em uma das mansões
Ação direta contra Mansões Milionárias em Seattle
Cinco luxuosas mansões ao norte de Seattle, no estado de Washington (EUA) foram incendiadas ontem pela manhã. Ainda não há confirmação exata, mas aparentemente os incêndios são fruto da ação direta de um grupo de justiçamento ecológico, a ELF.
Cinco luxuosas mansões ao norte de Seattle, no estado de Washington (EUA) foram incendiadas ontem pela manhã. Ainda não há confirmação exata, mas aparentemente os incêndios são fruto da ação direta de um grupo de justiçamento ecológico (o que a imprensa amarela no mundo todo e as autoridades locais estão chamando de ?ecoterrorismo?, erroneamente) chamado ELF (Earth Liberation Front - na tradução para o português Frente de Libertação da Terra). As mansões incendiadas situam-se em um dos complexos de mansões mais ricos do país, construído no interior de raras áreas florestadas dos EUA. John Heller, presidente da ?associação de moradores? das mansões, falou que informou à Polícia que os fogos eram suspeitos. ?Acho que foi um ato terrorista?, choramingou Heller, que disse que cada casa que pegou fogo custava cerca de US$ 2 milhões (dois milhões de dólares). Um sinal com as iniciais ?ELF? foi encopntrado no local, situado na Street of Dreams (tradução: ?Rua dos Sonhos?), no bairro de Woodinville (?Floresta na Vila?), relatou o chefe de corpo bombeiros local, Rick Eastman. O ELF já havia sido responsabilizado pela queima de outras cinco casas em construção, segundo o FBI, em novembro de 2005, em Hagerstown (Maryland) e segundo 65 acusações apresentadas pela alta burguesia da cidade de Eugene, no Oregon, o grupo provocou 17 incêndios em cinco Estados do noroeste do país. Em 2006, 11 pessoas foram acusadas de estarem ligadas com uma campanha de ?terrorismo ecológico? em cinco Estados dos EUA, com incêndios e a destruição de uma instalação energética. A ELF (Frente de Libertação da Terra) é um grupo ativista pela causa ecológica. Segundo material de divulgação da ELF, a estrutura do grupo é descentralizada, composta por não-filiados, ou seja, células individuais, sem hierarquia e sem lideranças e apenas com orientações de táticas de ação e princípios comuns. As ações de maior vulto estão no envio de cartas anônimas para membros do poder estatal ou empresas, petições e denúncias públicas, sem caráter jurídico (pois a estratégia jurídica tem se mostrado totalmente ineficiente) e algumas poucas ações de justiçamento e sabotagem (sem o uso da violência, para que não provoque mortes ou acidentes a pessoas). Para executar algumas das intervenções, os ativistas indicam a utilização de materiais improvisados como jarras de plástico de ateamento simples (os famosos coquetéis-molotov), produtos ou com detonação por relógios automáticos, de fabricação caseira e à base de petróleo. Entre os anos 1966 de 2001, as ações atribuídas à autoria da ELF ocorreram contra empresas madeireiras, matadouros de animais e instalações do serviço florestal dos Estados Unidos nos Estados de Oregon, Wyoming, Washington, Califórnia e Colorado. Na realidade, as ações diretas têm sido executadas em nome de dois grupos, a ELF e a ALF (Frente de Liberação dos Animais). Porém, nada garante que algumas ações tenham realmente sido executadas por tais grupos e que a própria classe de proprietários, autoridades de repressão e justiça e dirigentes de governo não tenham forjado alguns dos casos e falseado provas, tendo em vista o grande interesse de especulação financeira e imobiliária, direitos de destruição ambiental para a realização de construções e, ainda, barganha por capital público para segurança exclusiva das casas de luxo. Em 25 de abril de 2001, a revista brasileira ultra-direitista, VEJA, comentou o julgamento de um dos ativistas pesos na época, Craig Rosebraugh e nomeou a ELF de ?eco-xiitas? ou ?ativistas malucos?. Nesta matéria faltou a VEJA defender o esquartejamento do ativista em questão. Nada estranho para uma empresa de comunicação que nunca defendeu nenhuma matriz ecológica, nem mesmo a mais reformista, e tem ligações abertas com uma das mais destruidoras empresas no Brasil, a ARACRUZ CELULOSE. Neste período da prisão de Craig Rosebraugh, o FBI fez intensa caçada aos ativistas da ELF por conta de duas ações. A primeira, em março de 2001, foi o incêndio que destruiu trinta utilitários esportivos à venda numa cidade do norte dos Estados Unidos. A outra, em 2 de abril de 2001, foi a descoberta de coquetéis-molotov preparados para queimar um depósito da Nike de um shopping center. A ação infelizmente acabou falhando, pela neve, que danificou os detonadores. Alguns dias depois, agentes do FBI invadiram a casa, o carro e a loja de produtos naturais do ativista da ELF. Rosebraugh acabou preso, mas corte de justiça não conseguiu juntar provas concretas para mantê-lo na prisão, e ele acabou apenas processado pela destruição dos carros. Craig Rosebraugh, depois desta penosa trajetória pela repressão, tem recuperado seu ativismo nos EUA desde as manifestações contra a Guerra do Iraque. Hoje tem 36 anos e é autor do livro ?Burning Rage of a Dying Planet? (Raiva ardente de um planeta que está morrendo), Ed. Paperback, 2006 ? leitura indispensável para os ativistas brasileiros que levam com seriedade a luta pela proteção de nosso meio ambiente, principalmente a Floresta Amazônica. Até antes dos incêndios de ontem de manhã, oito de onze pessoas foram acusadas pelo FBI e estão presas, por ?terrorismo?, e têm seus direitos negados pelo estado norte-americano. Ao que tudo indica, outros 3 ativistas que vinham sofrendo perseguições do estado norte-americano, tiveram de se exilar em outros países. Depois do acontecido na manhã de ontem, pelo que têm declarado a polícia e a justiça dos EUA, esta repressão deve se intensificar sobre o grupo. Repórter Popular
Email:: letralivre@gbl.com.br
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