terça-feira, 2 de setembro de 2008


[Alemanha] Alegria, resistência e rebeldia no Acampamento Climático e Anti-racista 2008 em Hamburgo


[Juntamente a tudo isso, entre os dias 15 e 24 de agosto, o Acampamento Climático e Anti-racista, realizado na cidade alemã de Hamburgo, ofereceu momentos de pensar, de inovar, de recriar, de propor mudanças alternativas e radicais, de debates, oficinas, apresentações, jogos lúdicos, solidariedades práticas, estratégias para um movimento emergente de ação climática, de oposição ao CO2, bem como períodos de protestos multifacetados e utopia viva. A seguir uma visão geral resumida de algumas ações que aconteceram durante essa jornada insubmissa. Brilhante!]
Primeiro dia: Sábado, dia 16: Após semanas de artigos histéricos na mídia corporativa de Hamburgo sobre o iminente “acampamento do caos”, participantes do acampamento decidiram realizar uma manifestação de aquecimento:
Fotos: http://asb.nadir.org/fotoarchiv/serien/showroll.php?dirpara=080816%20camps%20auftaktdemo
Vídeo feito pela Feuerlöscher TV: http://www.feuerloescher-tv.com/vplayer/climacamp08hh.html
Construindo o acampamento: http://de.indymedia.org/2008/08/224576.shtml
Segundo dia: Domingo, dia 17: Festival de desfiladeiro global com teatro, torneio de futebol anti-racista e um sol que raramente estourava entre as nuvens. Acrescentado a isso teve uma Massa Crítica (Bicicletada):
Reportagens e fotos: http://de.indymedia.org/2008/08/224766.shtml
Terceiro dia: Segunda-Feira, dia 18: Este foi um dia desafiante ao racismo diário. Entre as ações estava inclusa um jogo que foi realizado através da cidade chamado “scavenger hunt”, uma ação do Reclaim Your Market (http://camp08.antira.info/eventleser/events/reclaim-your-market.html), uma manifestação sobre o resíduo nuclear em Altona (http://de.indymedia.org/2008/08/224799.shtml) e uma noite com a Massa Crítica (http://de.indymedia.org/2008/08/224861.shtml).
Quarto dia: Terça-Feira, dia 19: Cerca de 300 pessoas viajaram para a cidade de Lübeck para protestar na academia de treinamento da polícia. Lá, entre outras coisas, a agência de controle das fronteiras européias realiza seminários de treinamento. O principal trabalho da Frontex é parar a indesejável migração para a Europa.
Quinto dia: Quarta-Feira, dia 20: Este quinto dia foi turbulento: incluiu ações, sob terra e água, contra a construção da Represa Ilisu (http://de.indymedia.org/2008/08/224945.shtml), e a primeira ocupação no local de construção da central termoelétrica de carvão em Moorburg. Cerca de 40 pessoas ocuparam o local, com cinco pessoas escalando um guindaste e estirando algumas faixas. 200 pessoas do acampamento também, espontaneamente, decidiram se juntar ao/às ocupas, mas foram impedidas a um quilometro de distância pela polícia que soltou o cassetete contra ele/as. Apesar disso, pequenos grupos de pessoas conseguiram atravessar as fileiras policiais para apoiar o/as ocupas. Então vieram a se formar dois grupos de pessoas que ficaram cercadas pela polícia, e uma manifestação espontânea. Exceto as pessoas que estavam nos guindastes, todo mundo que estava no local de construção foi apanhado sob custódia da polícia e levados para fora da área.
Reportagem completa e fotos: http://de.indymedia.org/2008/08/224933.shtml
Ações estavam também acontecendo em outras partes já que um grupo com aproximadamente 30 pessoas mascaradas, em plena luz do dia, golpearam violentamente o “escritório de assuntos exteriores” que faz parte do gabinete do governo local (esta é a repartição do governo responsável por deportar as pessoas, por exemplo.). Janelas e computadores foram quebrados, e um extintor que tinha sido enchido com tinta vermelha encharcou as paredes do escritório, os equipamentos técnicos e os móveis.
No aeroporto uma maleta desacompanhada causou uma evacuação devido a um “medo de bomba”: O esquadrão de bombas da polícia achou dentro da maleta uma nota contra a deportação.
Da mesma forma, uma interativa turnê anti-racista da cidade “que chove caviar” foi atacada violentamente pela polícia. Quatro pessoas foram brutalmente presas sem nenhum aviso, uma pessoa estava apanhando já inconsciente e foi retirada ainda inconsciente para fora da ambulância e jogada para dentro de um carro da polícia.
Esta turnê estava endereçando assuntos tais como o racismo diário dos policiais e dos residentes da área, a gentrificação, o achaque policial contra os trabalhadores de rua transexuais, e as câmeras de vigilância na rua Reeperbahn e suas bordas. A turnê já estava terminando quando a operação policial chegou com violência e atacou de supetão.
Sexto dia: Quinta-Feira, dia 21: O sexto dia pareceu um pouco mais ameno em comparação ao dia anterior, mas continuou com uma série de ações bem-sucedidas: em solidariedade com as “pessoas ilegais” cerca de 40 pessoas ocuparam o consulado francês em Hamburgo exigindo a libertação de três prisioneiros anarquistas.

Reportagem e fotos: http://de.indymedia.org/2008/08/225022.shtml
Houve também demonstrações contra as deportações no lado de fora do Ministério das Relações Exteriores, no Aeroporto Internacional de Hamburgo e na Lufthansa.
Sétimo dia: Sexta-Feira, dia 22: Caos no aeroporto de Hamburgo. Esta foi uma ação anti-deportação e anti-mudança-climática. A estimativa é de que pelo menos 2.000 pessoas estivessem fazendo ações na área, muitas das quais estavam atuando em pequenos grupos através de todo o complexo do aeroporto. Banheiros foram inundados, várias ações dentro dos terminais, demonstrações e barricadas foram erguidas nas estradas que davam acesso ao aeroporto. A polícia alegou que um oficial foi agredido ao ponto de quebrar uma costela.
Vídeo da mídia corporativa:
http://www.welt.de/videos/politik/arti2362414/Demo_gegen_Abschiebung_am_Hamburger_Flugplatz.html#autoplay
Oitavo dia: Sábado, dia 23: Apesar da chuva constante cerca de 800 pessoas marcharam para as fileiras policiais na frente da termoelétrica de carvão de Moorburg. Embora Moorbug tivesse sido ocupada com êxito no começo da semana, a polícia agora estava preparada. Canhões de água, spray de pimenta, e cassetetes foram usados com força máxima contra o/as manifestantes. Uma “tática de cinco dedos” conseguiu às vezes atravessar a linha policial, bem como as florestas e as cercas, mas o/as manifestantes se depararam com cada cerca subseqüente encoberta de outras linhas policiais e mais cercas. Finalmente foi decido se reagrupar e se mover como um bloco de volta para o acampamento. As pessoas estavam sendo também arrancadas para fora da manifestação pelos esquadrões fragmentados da polícia naquela hora.

Reportagem e fotos: http://de.indymedia.org/2008/08/225252.shtml
Vídeos do Graswurzel: http://graswurzel.tv/index.php?mov_id=29
Vídeo da mídia corporativa: http://www.welt.de/videos/politik/inland/arti2367850/Mit_Wasserwerfern_gegen_Aktivisten.html#autoplay
Acampamento Anti-Racista: www.camp08.antira.info
Acampamento Climático: www.klimacamp08.net
Reportagem no Mídia Independente da Alemanha: http://de.indymedia.org/2008/08/224573.shtml
Tradução > Marcelo Yokoi

agência de notícias anarquistas-ana
nuvem que passa,o sol dorme um pouco –a sombra descansa Carlos Seabra

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